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VISÃO CIENTÍFICA DO FUTURO DE PRAIA GRANDE - ENTREVISTA PROF. NILSON ( FATEC )
Profº Nilson |
Conheça a história deste menino comum, igual a milhões de outros meninos brasileiros, com vontade imensa de alcançar o sucesso, mas que não se deixou levar pelos encantos da grande mídia. Ao invés de sonhar em ser esportista, modelo ou ator de TV, optou pelo estudo científico e acabou tornando-se parte integrante da história de Praia Grande, ao implantar e desenvolver a FATEC em nossa cidade.
Nesta entrevista, concedida a Carlos L. Castro Jr em 25 de janeiro de 2007, em seu gabinete de Diretor da FATEC de Praia Grande, o Profº Nilson Carlos Duarte da Silva, 39 anos, Graduado em Naálise de Sistemas, Mestre em Engenharia de Produção e Doutorando em Políticas Científicas e Tecnológicas, falou sobre suas origens, desenvolvimento pessoal, da luta para desenvolver a Instituição, sua visão do futuro de Praia Grande e da possibilidade de disputar a eleição para um cargo político.
Veja os principais trechos da entrevista.
Como foi sua infância e juventude? Qual o caminho percorrido até chegar a FATEC?
Nasci em Sertãozinho, interior de São Paulo. Meu pai é mestre de obras, apaixonado pelo seu serviço. Discutia, muitas vezes em pé de igualdade, com os engenheiros que projetavam suas obras.
Estávamos sempre mudando de casa, morando nas obras em andamento. Acompanhando meu pai, fui tomando gosto pelas discussões técnicas e ao mesmo tempo desenvolvendo a capacidade de me adaptar a todos os tipos de ambiente. Queria ser engenheiro.
A primeira oportunidade foi oferecida pelo Grupo Zanini, de Sertãozinho, que mantinha um centro de treinamento para formar mão de obra para suas indústrias, e até pagava um salário para os estudantes. Tinha então 14 anos e foi minha primeira prova. A vaga era muito disputada, mas consegui passar na seleção.
Comecei a trabalhar na Zanini em montagens de caldeiras, mas almejava a Administração. Aos poucos fui montando minha rede de amizades no trabalho e aos 15 anos de idade finalmente consegui entrar no centro de processamento de dados da empresa, onde tive contato com meu primeiro IBM.
A partir dali, o rumo já estava definido e as coisas foram acontecendo.
Passei breve período na casa de parentes no Recife, onde era praticamente obrigado a ficar trancado em casa, estudando para um vestibular que acabou não dando certo.
Esta clausura acabou ajudando, pois voltando para Sertãozinho ingressei na UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto, onde estudei Analise de Sistemas
Começou então um período de intensa atividade em que estudava, dava aulas e trabalhava. Nesta época fiz meu primeiro sistema integrado de informação, para uma empresa da região chamada Trautec, onde tenho um bom relacionamento até hoje.
Esta fase durou cerca de seis anos, até que entrei por concurso na FATEC de Taquaritinga.
Tive então que fazer uma escolha e decidi pela área da Educação.
Como foi sua trajetória dentro da FATEC?
Entrei para a FATEC com 22 anos de idade e ela passou a ser minha vida. Dava aula nos cursos técnicos e de graduação. Fiz mestrado na Universidade Federal de São Carlos e Doutorando em Ciências Políticas e Tecnológicas na Unicamp, procurando sempre evoluir tecnicamente. Um detalhe interessante é que escolhi a área de Engenharia da Produção, pensando o seguinte: "pode ser que algum dia eu volte a trabalhar na Trautec e então quero estar preparado".
A vida corria normalmente. Já tinha casa e carro. Junto com outros sócios tinha montado uma livraria que estava muito bem e passei a colaborar com as unidades da FATEC de Americana e Jundiaí , além de dar aulas em outras faculdades. Em suma, estava totalmente estabilizado em Taquaritinga, até ser convidado para trabalhar em Praia Grande.
Sua vida, até então não tinha nada a ver com Praia Grande?
Há 20 anos atrás, junto com uma turma de amigos, tinha passado uma semana em Praia Grande. Era época de temporada, tinha muita gente e as ruas não eram asfaltadas. Quando chovia andávamos com barro até o tornozelo para poder chegar em casa. Faltava tudo e jurei que nunca mais voltaria para cá.
Quando recebi o convite de meu Superintendente, a princípio fiquei muito assustado. Ele disse:
"Nilson, o prefeito de Praia Grande está muito interessado em uma unidade da FATEC. Precisamos de você para implantar a FATEC na Praia Grande".
Fiquei em dúvida e pedi um tempo para pensar. Ele me deu dois dias para decidir.
Era um desafio. De um lado a estabilidade definida, de outro o desconhecido com uma impressão inicial péssima, mas com ótimas perspectivas para o futuro.
Nunca tive medo de novidades, de inovações. Nunca.
Aceitei o desafio, coloquei minhas coisas no carro, tranquei minha casa e vim para Praia Grande.
Quando cheguei fiquei espantado com a beleza da cidade, Não tinha nada a ver com aquela Praia Grande de 20 anos atrás. Era completamente outra cidade
Um detalhe interessante era minha visão de gente do interior. Implantar uma FATEC na praia! Como será que é o público? Será que ao invés de um bicicletário teria que instalar um lugar para guardar pranchas? Será que os alunos e alunas vão aparecer de sunga e biquíni? Afinal de contas, é uma cidade praiana! Depois comprovei que a realidade é bem diferente. Aqui as pessoas trabalham e estudam muito. Essa história de viver na praia é um mito. Eu mesmo não fui mais do que 10 vezes na praia durante este último ano. Neste janeiro de 2007, que é o auge do verão, ainda não deu para ir na praia nem um dia .
As coisas em Praia Grande têm que ser conquistadas na raça. O maior exemplo foi a luta para conseguir a emancipação em relação a São Vicente. Como é chegar numa cidade desconhecida, pessoas desconhecidas e com uma missão tão importante?
Foi muito difícil. Em meados de 2002 a FATEC/Praia Grande era uma extensão da FATEC/Santos. O prédio estava em reforma, tudo por fazer, sem um móvel, sem nada e alem disso, era voz corrente que a unidade de Praia Grande era um simples anexo de Santos e nunca iria passar disto.
Instalei-me num hotel e comecei a trabalhar imediatamente para implantar o primeiro curso, que foi Informática com Ênfase em Gestão de Negócios, nosso carro-chefe.
Antes de chegar em Praia Grande já tive todo o apoio do Prefeito Mourão. Quando o prefeito quer, a FATEC desenvolve-se rapidamente. E o Mourão realmente quis. Por isso nossa unidade, já no segundo ano de existência, foi classificada entre as três melhores do Estado de São Paulo. Ele tem verdadeira obsessão pela Educação.
A escola foi instalada no prédio onde antigamente funcionava a Prefeitura e posteriormente ocupada pela Secretaria de Educação e também Escolas Municipais.
No começo dispúnhamos de apenas duas salas de aula, dois laboratórios, uma biblioteca e uma secretaria, onde abrigamos os primeiros 80 alunos.
Nesta hora foi muito importante todo o embasamento científico que a FATEC desenvolve e ensina em todo o Estado de São Paulo.
Colocamos em prática tudo aquilo que iríamos ensinar já no primeiro curso. Montamos um Projeto de Implantação, envolvendo dimensionamento de recursos humanos, equipamentos, móveis, materiais, naálise de ambiente e mercado, fonte de recursos.
Em Praia Grande fui muito bem recebido. A gente tem que fazer um trabalho político. A primeira coisa quando chegamos numa cidade nova é procurar a Rádio, a Câmara Municipal, a Prefeitura e nos apresentar.
A primeira pessoa que conheci foi a Drª Layde, que na época era vereadora e dirigia a Rádio. Nossa, fui muito vem recebido por ela, batemos um bom papo, apresentei o projeto para ela, que ficou interessadíssima. Fez uma entrevista comigo na rádio e depois liberou a divulgação de tudo o que precisávamos. Dia sim, dia não a FATEC estava na programação da emissora.
Depois me apresentou para outros vereadores e assim fui construindo minha relação social com a comunidade
Hoje a FATEC está plenamente consolidada em Praia Grande. Conte-nos um pouco deste crescimento tão significativo e tão rápido.
Ai tem que ter toda uma experiência, conhecimento. Não existe varinha de condão, que faz as coisas aparecer por mágica. Tem que ter um planejamento geral, passar por todas as etapas. Tem que usar os conceitos de dinâmica, de empreendedorismo, semão a coisa não vai pra frente. Eu uso a tecnologia da própria FATEC para desenvolver empresas e administro a unidade de Praia Grande como se fosse a minha empresa.
O projeto de expansão, de cara já mostrou a necessidade de uma escola técnica, que foi criada já no segundo semestre de existência, em março de 2003, com os cursos de Informática e Logística. Com isso já passamos de 80 para 280 alunos em 6 meses.
Procuramos então construir aquilo que tinha sido projetado. Com a ajuda da Prefeitura, do Governo Estadual e outros convênios, fomos transformando os sonhos em realidade.
Hoje falo com muita convicção e muito carinho pelo Mourão, porque em todos os momentos, tudo aquilo que pleiteávamos e demonstrávamos através projetos de expansão, ele sempre assinou embaixo e sempre quis mais. E ainda pede mais até hoje. A gente se encontra e a primeira pergunta que ele faz é: "E o próximo curso?"
Ai, eu respondo: "Cadê o restante do prédio?
Na verdade temos uma parceria excelente com a Prefeitura e a FATEC já ocupa quase o quarteirão inteiro
Olhando tudo o que já foi feito, acho que foi um sucesso tremendo. De 2002 a 2007, passamos de 80 para 900 alunos, implantamos a pós-graduação em Gestão Empresarial e recentemente o curso técnico de Farmácia.
A maioria da população não sabe, mas a FATEC é de suma importância para o estabelecimento da igualdade social em Praia Grande. Os cursos são totalmente gratuitos e não se restringem unicamente a área acadêmica. Temos também cursos básicos de informática abertos para toda a comunidade, que funcionam nas férias escolares, a preços baixíssimos. Além disso temos cursinhos preparatórios gratuitos para ingressar na FATEC, tornando o acesso plenamente democrático.
Na Gestão de Negócios diz-se que quando uma empresa deixa de inovar já está assinando seu próprio atestado de óbito. Como está a FATEC de Praia Grande no contexto atual?
Nos últimos doze meses, o que tenho visualizado, planejado e trabalhado é o seguinte: assim como o prefeito me cobra um outro curso, a direção da FATEC também está constantemente preocupada com isto.
O que seria mais adequado? Há algum tempo venho estudando a questão da Baixada Santista em relação ao petróleo. Como ter um curso que atenda realmente as necessidades da Baixada, que faça que nossos alunos tenham uma posição de destaque de trabalho aqui em nossa região?
Não adiante criar um curso que o aluno depois tenha quer ir embora para São Paulo ou outro lugar.
É difícil uma pessoa de fora descobrir um nicho de mercado. Procuro vivenciar muito o ambiente da FATEC, entendendo o que acontece aqui dentro, envolvendo alunos, professores. Fora da escola estou sempre analisando e vendo com olhos diferentes tudo o que está ao meu redor, e sempre me questiono: porque não explorar este mar imenso
que está ao nosso redor?
Estamos numa Faculdade de Tecnologia, do lado de um mar enorme do qual não sai praticamente nada. O que o mar poderia oferecer, além da pesca?
A Petrobras já declarou sua intenção de iniciar a exploração da Bacia de Santos. Será que haveria interesse da Petrobras na nossa participação? Como é que funciona essa relação?
Comecei a me envolver e participei de algumas reuniões com o pessoal da Petrobras. Conheci algumas pessoas envolvidas no projeto e comecei a preparar um novo curso, que seria Tecnologia em Petroquímica com Ênfase em Energia do Petróleo e Gás Natural.
O projeto já foi encaminhado ao prefeito Mourão, que achou muito interessante e se prontificou a disponibilizar tudo o que for preciso e exercer sua influência em todos os escalões que forem necessários. Esperamos que no próximo vestibular de junho/2007 o curso já esteja funcionando.
É um curso de custo muito alto, depende de laboratórios específicos e também da ampliação de nosso prédio. E tudo isso tem que acontecer muito rapidamente. Vamos ter que estabelecer parcerias com a Petrobras, Prefeitura, Governo Estadual e empresas privadas. É o que estamos fazendo agora e esperamos ter um resultado favorável nos próximos meses.
E o relacionamento humano? Como você vê as pessoas aqui na região praiana?
No interior a gente se reunia e fazia churrascos, cada vez na casa de um. A gente fica sempre junto.
Aqui as pessoas se fecham. Têm um círculo de amizades e relacionamentos mas não se abrem muito
A grande diferença, para mim, é que no interior o cargo sempre acompanha a pessoa. Se ela é gerente na vida profissional, sempre será gerente fora de sua atividade profissional. Aqui na praia não. Acabou o serviço você é uma pessoa comum.
Com relação aos alunos formados na FATEC, como está a situação deles?
Existem vários tipos de situações.
Vários alunos nossos, por diversos motivos, tiveram contato com outras faculdades e dizem o seguinte: nas outras faculdades só é possível usar os laboratórios com uma autorização específica. Na FATEC os laboratórios ficam disponíveis de manhã, de tarde e de noite, o que proporciona um diferencial incrível na formação do aluno. Isto me deixa muito contente. Saber que o aluno que saiu daqui saiu contente. Temos falhas, porque ninguém é perfeito, mas tudo é construído com a participação dos alunos.
Estamos fazendo uma pesquisa para termos uma estatística em relação ao aproveitamento profissional de nossos alunos. O resultado esta sendo melhor do que a gente imaginava. A maioria dos alunos está atuando na área. A Marca FATEC/Praia Grande já está presente em várias empresas nacionais, assim como no México e Espanha. Já existem empresas que nos procuram a falam o seguinte: estamos com vagas em nosso quadro e queremos alunos formados pela FATEC de Praia Grande.
É nosso desejo também trazer os ex-alunos de volta para casa. Mas é importante que vivam o momento da experiência profissional, e depois voltem para transmitir os conhecimentos adquiridos na prática. Formadas as primeiras turmas em 2005, estes alunos estão vivenciando a prática em grandes empresas, portanto, gostaríamos muito que em breve eles retornassem para ministrar aulas nesta Instituição. Não vão faltar oportunidades.
O que a FATEC nos reserva para o futuro? Temos a questão do meio ambiente e do turismo. A FATEC pode colaborar neste sentido?
Acho que o futuro de Praia Grande, seja lá como for, está ligado ao turismo, Neste campo ainda há muito a ser feito.
O turismo e o meio ambiente têm que ser tratados em conjunto. Temos que criar um curso muito inovador. Considerar toda a cadeia, envolvendo infra-estrutura, cultura, a natureza, hotelaria, etc.
Teria que ser "O Curso". Acho que nem o nome Turismo seria adequado. Já temos algumas idéias, mas não chegamos ao modelo ideal.
Consideramos porém que as oportunidades são incomensuráveis. Não há como imaginar o futuro de Praia Grande sem considerar o desenvolvimento do turismo.
Qual sua visão de Praia Grande hoje?
Participo do processo de crescimento do município.
A grande revolução que está sendo feita na Área da Educação em Praia Grande está transformando pessoas. O caminho que nosso município está seguindo para ter uma sociedade mais bem preparada está correto.
Acho que Praia Grande será um grande celeiro de profissionais e talentos.
A cidade está sendo preparada, o povo está sendo preparado. A tendência é que em breve, em futuro bem próximo, Praia Grande estará sendo considerada a "Cidade dos Sonhos".
Que município investe mais com Tecnologia e Educação aqui na Baixada? Façam a ligação de Educação com Tecnologia! Qual o resultado? Com certeza, mais uma "ilha de excelência" no Brasil.
O que precisamos é mudar nossa visão das coisas, Onde enxergamos problemas, temos que descobrir oportunidades. Aqui, muitas oportunidades estão aparecendo. A cidade está crescendo a pleno vapor em todas as áreas, Vai chegar o momento que o resultado de tudo isso vai explodir e ficar visível para o Brasil inteiro.
Isto é científico. Trata-se de fórmula já utilizada pelos paises asiáticos e algumas cidades brasileiras como Campina Grande, Paulínia e outras mais.
Se conseguíssemos disseminar esta política para o resto do Brasil, em muito pouco tempo já seríamos uma potência do primeiro mundo.
E o cidadão Nilson? Quais seus planos para o futuro?
Sou uma pessoa essencialmente política. Se não fosse, teria sido impossível implantar a FATEC em Praia Grande. Conseguir nossa emancipação foi muito semelhante à luta para desmembrar Praia Grande de São Vicente.
Desejo aprofundar cada vez mais raízes em Praia Grande.
No âmbito escolar já cuidamos dos interesses de cerca de 3.000 pessoas, entre pais e alunos, tendo sido eleito diretor democraticamente pela comunidade.
Gostaria de colocar a disposição da sociedade toda minha experiência política, adquirida desde as inúmeras mudanças às quais tive que me adaptar quando criança, até a construção de todas as parcerias que resultaram no sucesso da FATEC de Praia Grande.
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