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19/10/2009

Praia Grande e Região

Guia Praia Grande

Artesãs contam com loja para comercializar peças

Box na Avenida dos Sindicatos abriga empreendedoras da Associação dos PICs

O sonho de todo artista é ter um espaço para expor seus trabalhos e do pequeno empreendedor, um local para comercializar seus produtos. Com as artesãs do Programa de Integração e Cidadania (PIC) e Centros de Apoio à Família do Educando (Cafes) não é diferente. Mas, a incessante busca por um espaço, hoje é realidade no Box 19 da Avenida dos Sindicatos, Bairro Mirim, onde funciona a Loja da Associação dos PICs.

Na loja são expostos cerca de 500 artesanatos, feitos com as mais diferenciadas técnicas, aprendidas durante os cursos ministrados nas cinco unidades dos PICs – Melvi, Vila Alice, Vila Sônia, Quietude e Canto do Forte – e nos Cafes Sítio do Campo e Vila Sônia.

A associação que administra a loja conta com 22 participantes, organizadas hierarquicamente de forma administrativa. “Tudo funciona como numa empresa. Controlamos as vendas, com livro caixa e nos reunimos para definir esquemas de trabalho”, explica a vice-presidente da associação, Maria Aparecida Saraiva, aluna do PIC Vila Alice.

Cada uma delas disponibiliza 20 peças da própria autoria, que só são aceitas para comercialização após análise da qualidade dos produtos. “São peças 100% artesanais e feitas com muito capricho. Diferente do que é encontrado em feiras de artesanato por aí. Há muita coisa que foi comprada pronta e é vendida como artesanato”, destaca Maria Aparecida.

Depois de vendidas, o valor das peças é revertido em sua totalidade para quem as fez. Para participar, cada associada contribui com uma taxa mensal de R$ 5,00 para manutenção da loja. “Já vendi R$ 70,00 em um só dia”, comemora Maria Aparecida, que comercializa cangas e chinelos bordados que ela mesma confecciona. “Na alta temporada temos bom movimento. O que ajuda muito na renda familiar”, ressalta.

Para a secretária de Promoção Social e Trabalho (Sepros), Maria Del Carmen Padin Mourão, a Maruca, idealizadora da loja, a iniciativa promove, além da geração de renda, um incentivo e melhora na auto-estima. “Devido à seleção dos trabalhos, há um incentivo, para que tudo saia mais bonito, pois sabem que, se bem feitos os produtos podem gerar uma boa renda”, finaliza.

Recuperação – A secretária da associação dos PICs, Joana Martins conheceu o PIC Melvi quando veio para Praia Grande, há 6 anos. Ela deixou a Capital depois de um episódio violento em sua vida. “Minha casa foi assalta por bandidos armados. Fiquei em depressão com toda essa situação e por isso decidi morar em Praia Grande”.

No Município, Joana procurou tratamento psicológico e foi aconselhada a participar do PIC, o que foi determinante para sua recuperação. “Todos entenderam minha situação e graças à compreensão e a minha inserção em atividades estou curada”.
Atualmente, Joana abastece a loja com chinelos bordados e outras peças que aprendeu a fazer. Também atua como professora voluntária na unidade da Vila Alice.

PICs e Cafes – Criado em 2003 pela Secretaria de Promoção Social e Trabalho (Sepros), o Programa de Integração e Cidadania (PIC) conta com cinco unidades nos bairros Melvi, Anhanguera (Vila Alice), Vila Sônia, Canto do Forte e Quietude. O programa oferece cursos de geração de renda, atividades esportivas, culturais e de lazer gratuitas, para participantes de todas as idades. É um espaço aberto à convivência, ao diálogo e entrosamento familiar.

Os dois Centros de Apoio à Família do Educando (Cafes) Sítio do Campo e Vila Sônia foram inaugurados em 2008 para promover a integração dos alunos da rede municipal com seus familiares. O espaço também é voltado ao desenvolvimento de atividades culturais, esportivas e de lazer.