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Casos de dengue têm aumento repentino e Praia Grande
Descuido por parte da população pode ser a causa da eclosão da doença em Praia Grande
O aumento dos casos de dengue em Praia Grande está preocupando a Secretaria de Saúde Pública, que vem intensificando as ações nos bairros com maiores incidências da doença. Em janeiro, a cidade contava com apenas três casos confirmados de dengue. Com a queda da temperatura, o quadro deveria permanecer estável, mas não foi o que ocorreu. A Divisão de Vigilância Epidemiológica já contabiliza 28 casos confirmados, mas o número pode ser maior.
Os números foram crescendo gradualmente nos últimos meses: três casos em janeiro, mais dois em fevereiro, se intensificando a partir de março com o registro de oito casos no mês. Em abril, houve uma pequena queda, com quatro confirmações, mas em maio mais sete casos positivos foram apurados. Desde o início deste mês, mais quatro pessoas foram infectadas pela doença.
Para a chefe de Divisão de Vigilância Epidemiológica, Jaqueline Mariano de Souza, o descuido por parte da população pode explicar a eclosão inesperada de dengue no Município. “Como não enfrentamos uma epidemia como no ano passado e os números foram reduzidos no último verão, as pessoas podem ter desprezado os cuidados para evitar os focos do mosquito. O inseto vem se adaptando ao tempo e, ao menor descuido, as larvas aparecem”, alertou.
As equipes de saúde pública têm ainda outra preocupação: pacientes com suspeita da dengue têm deixado de retornar à unidade de saúde para fazer o exame de sorologia. De acordo com Jaqueline Mariano, quando uma pessoa busca atendimento por apresentar sintomas de dengue, após ser medicada e liberada, precisa retornar ao posto de saúde depois de sete dias para a coleta de uma amostra de sangue e assim confirmar ou não a doença. “O que acontece é que quando se sente melhor, o paciente deixa de retornar à unidade de saúde.
Quando isso ocorre, ficamos sem saber se a casa ou região onde esse paciente mora está ou não livre da presença de larvas”.
Ainda conforme a chefe de Divisão de Vigilância Epidemiológica, há 86 casos de pessoas sob suspeita de terem contraído dengue no Município. Segundo ela, todos os pacientes são informados da importância do retorno dentro do prazo estipulado. “Estamos mobilizando pessoal para telefonar para estes pacientes, orientando a irem à unidade mais próxima e realizarem a coleta para a sorologia. Da data do início dos sintomas, eles têm 60 dias para fazer o exame sorológico, que fica pronto em até 15 dias”, destacou.
Incidência - Os bairros Vila Sônia e Guilhermina são os que mais têm registrado casos de dengue, com seis e quatro pessoas, respectivamente. Mas se não souber exatamente quais bairros estão sendo mais acometidos pela doença, as ações da Divisão de Controle de Zoonoses podem se restringir ao trabalho de rotina. Segundo a chefe do setor, Maria Fernanda Gonçalves, agentes de controle da dengue já estão fazendo o “bloqueio” no entorno dos bairros considerados mais problemáticos.
O trabalho dos agentes está sendo levantar os locais onde é maior a concentração de criadouros. O grau de risco de uma região é determinado pelo Índice de Breteau, que é a quantidade encontrada de insetos em fase de desenvolvimento, comparado com a quantidade de total de moradias vistoriadas. As dificuldades para realizar o levantamento são as residências de temporada, principalmente aquelas com piscina.
Multa - Conforme a chefe de Divisão de Controle de Zoonoses, terrenos baldios e locais com presença de lixo são outros fatores que favorecem o surgimento de larvas do aedes aegpyti, transmissor da dengue. “Estamos notificando os proprietários a limparem seus imóveis e a permitir a entrada de nossos agentes para a intensificação dos serviços. Os proprietários de imóveis que não respeitarem nossas notificações serão multados”, avisou Maria Fernanda.
As multas para imóveis onde são detectadas de um a três criadouros é de R$ 500,00. Para locais com presença de três a seis focos, o valor sobre para R$ 750,00. De cinco a nove criadouros, multa é de R$ 1.000,00. Já para situações gravíssimas, com presença de sete ou mais locais com larvas, a multa sobe para R$ 1.500,00, podendo aumentar na reincidência.
Por Antonio Cassimiro, MTB: 29.565
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